A Relação do Índice de Rendimento Operacional Global (IROG/OEE) com a Lucratividade

A Relação do Índice de Rendimento Operacional Global (IROG/OEE) com a Lucratividade

Blog da Produttare

Neste vídeo, Junico Antunes, CEO da Produttare, nos esclarece como a eficiência operacional, geralmente mensurada através de indicadores como o IROG ou OEE, impacta diretamente no desempenho financeiro das organizações. 

Muitas indústrias, buscando melhorar seu desempenho financeiro, focam na captação de novos clientes para aumentar sua demanda. Contudo, ao se deparar com baixa capacidade nas linhas de produção, acabam decidindo adquirir novos equipamentos. 

Outras empresas possuem ativos ociosos devido à baixa demanda, mas acabam mantendo os custos fixos elevados por conta da utilização incorreta de seus equipamentos.

Neste vídeo, veremos como o controle e gerenciamento do desempenho operacional dos equipamentos está diretamente ligado ao desempenho financeiro das empresas, e como ele pode auxiliar na tomada de decisão com a análise de novos investimentos ou na melhor utilização dos ativos.

Junico traz dois exemplos didáticos utilizando o mesmo grupo de máquinas restritivo em dois cenários distintos: i) quando a capacidade é menor que a demanda e, inversamente, ii) quando a capacidade é maior que a demanda.

Preparamos um conteúdo aqui para ensinar você a calcular a eficiência dos recursos de sua empresa.

No primeiro exemplo, o cenário é de aumento da demanda do mercado acima da capacidade instalada. Nesta condição, analisa-se o quanto representa um aumento percentual da eficiência operacional de recursos gargalos frente aos investimentos que seriam necessários caso a mesma não melhorasse. 

O segundo exemplo considera situações de demanda menor que a capacidade, e procura ilustrar como ainda vale a pena aumentar a IROG/OEE, seja para redução das despesas operacionais, seja para evitar novos investimentos, enquanto a eficiência operacional se mantém em níveis abaixo da meta.

Como escolher o conjunto de máquinas para análise de eficiência 

Sabendo que as restrições internas de um sistema de produção definem muitos elementos da lucratividade das empresas, é extremamente importante identificar estes recursos restritivos. 

Uma técnica que podemos utilizar é a Teoria das Restrições, entender a relação entre a capacidade instalada em uma organização e a demanda existente e, assim, conhecendo sua eficiência operacional, identificar eventuais gargalos.

Quando, em um determinado momento da empresa, a capacidade de um recurso for menor que a demanda, temos uma restrição interna no sistema de produção que intitulamos de gargalo.

Para explicar a relação entre a eficiência e a lucratividade de uma empresa, serão apresentados dois exemplos, utilizando o mesmo grupo de máquinas restritivo em situações distintas.

Contextualização dos exemplos didáticos

Supomos que, em uma determinada empresa, o recurso restritivo é um conjunto de 4 máquinas, que custam 1 milhão de reais cada, ou seja, 4 milhões de reais de investimentos.

E imagina-se que estes equipamentos possuem uma eficiência de 40%, um pouco mais que um terço da utilização dos ativos, cenário comum em muitas máquinas das indústrias brasileiras e internacionais.

Os exemplos utilizam o mesmo conjunto de máquinas em dois cenários diferentes: capacidade menor que a demanda e capacidade maior que a demanda.

Exemplo 1: Quando a capacidade for menor que a demanda

Considerando o conjunto de 4 máquinas gargalo de uma empresa mencionados anteriormente, vamos supor que há um aumento de 25% na demanda. 

Com este aumento a empresa percebe que não conseguirá atender com a estrutura atual, correndo risco de perder oportunidades. 

Assim há duas opções

  • Adquirir mais uma máquina, semelhante às outras, de 1 milhão de reais. Essa alternativa é, muitas vezes, escolhida pelas empresas por aumentar rapidamente a capacidade do processo restritivo, porém impacta diretamente no resultado econômico da empresa;
  • Aplicar métodos e técnicas, como a Gestão do Posto de Trabalho, para aumentar a eficiência operacional, através da eliminação de perdas e desperdícios. 

Para conhecer mais sobre a metodologia da Gestão do Posto de Trabalho (GPT) assista esse vídeo

Aplicando este conjunto de métodos e técnicas pode-se elevar, por exemplo, 10 pontos percentuais a eficiência de cada uma das 4 máquinas gargalos, ou seja, elevar a eficiência de 40% para 50%.

Com isso, teríamos 40% a mais de capacidade no conjunto de máquinas, o que equivale a mais uma máquina nova.

Essa melhoria seria suficiente para atender ao aumento de 25% da demanda, com investimentos necessários apenas para elevar a eficiência de 40% para 50%, sem a necessidade de aquisição de novas máquinas. 

Nesse exemplo, o aumento de 10 pontos percentuais no IROG representou a economia de 1 milhão de reais em novos investimentos.

Mas como isso impacta na lucratividade?

Sabendo que o ganho é o preço dos produtos menos o custo da matéria-prima de cada produto vendido, e tendo em vista que a capacidade de produção da empresa aumentou sem elevar o custo fixo, observamos que a empresa obteve ganhos sem a aquisição de novos ativos.

Aqui percebemos a relação direta entre o aumento da eficiência operacional global e o aumento do Ganho.

Se medido corretamente e bem gerenciado, o índice de eficiência possibilita fazer uma melhor análise de investimento e, simultaneamente, aumentar a produtividade de sua capacidade instalada a fim de melhor atender ao mercado, mantendo ou até elevando a lucratividade.

Exemplo 2: Capacidade maior que a demanda

No segundo exemplo, o cenário é de uma demanda menor que a capacidade. Nesta situação a preocupação é oposta. 

Ao invés de buscar aumentar a eficiência operacional para ganhar capacidade, via de regra, busca-se aumentar a eficiência operacional para reduzir custos operacionais e “poupar equipamentos”. 

Imagina-se que a empresa aumente a eficiência dos recursos restritivos de 40% para 80%. Isso permitiria atender ao mesmo nível de demanda, mas com somente dois equipamentos ao invés de quatro, possibilitando a empresa:

  • Deixar de investir 2 milhões;
  • Optar por desinvestir (vender 2 equipamentos que passariam a ficar ociosos);
  • Reduzir sua despesa operacional, mantendo somente 2 equipamentos produzindo durante o mesmo tempo total;
  • Ganhar flexibilidade, dedicando alguns equipamentos para determinados produtos e outros para os demais, evitando setups, entre outras formas de melhorar a performance.

Com este segundo exemplo, ressalta-se que, do ponto de vista da engenharia de produção lucrativa, do Sistema Toyota de Produção e da Teoria das Restrições, é importante definir metas mínimas a serem atingidas para a eficiência dos equipamentos já disponíveis para, somente após, adquirir novos equipamentos.

Conclusão

Os dois exemplos trazidos pelo Junico ressaltam a importância do controle e aumento da eficiência, tanto para elevação da capacidade quando a demanda está alta, quanto para otimização dos recursos quando a demanda está baixa.

Assim, a eficiência está diretamente relacionada a lucratividade da empresa, quando otimiza-se os recursos sem novos investimentos.

É preciso destacar que é necessário fazer uma análise de engenharia econômica, levando em consideração as restrições do sistema, as eficiências, situações de capacidade versus demanda e a demanda do mercado, para assim entender a relação entre a eficiência global e o desempenho econômico financeiro da organização.

chamar no WhatsApp
chamar no WhatsApp
Comercial Produttare www.produttare.com.br Online
Fale com a gente pelo WhatsApp
×