A Microeconomia da empresa e a Engenharia de Produção geradora de lucro

A Microeconomia da empresa e a Engenharia de Produção geradora de lucro

Blog da Produttare

As empresas investem grandes esforços para melhorar o seu desempenho através de iniciativas de Kaizen sintonizadas com os conceitos de eliminação das sete perdas do Sistema Toyota de Produção. Contudo, abordagens para obter ganhos através de reduções de níveis de estoque, refugo ou retrabalho, e de aumento do rendimento dos recursos, têm dificuldades em mostrar o impacto direto de tais ganhos na dimensão financeira do negócio.

Neste vídeo, o CEO da Produttare Junico Antunes apresenta diferentes formas das empresas aumentarem os seus ganhos e, principalmente, de reduzir seus custos para se tornar mais competitiva.

Este vídeo foi extraído do evento on-line "Target & Kaizen Costing - Princípio do “Não-Custo” na Raiz do Lean Cost Management", que aborda os riscos que um sistema de custeio pode trazer e o conceito de Custo Alvo (Target Costing) através de um debate entre os dois precursores do Sistema Toyota de Produção no Brasil: Paulo Ghinato, CEO da Lean Way Consulting e Junico Antunes, CEO da Produttare. Clique aqui para assistir ao webinar na íntegra.

Alternativas para elevar os resultados da empresa

Taiichi Ohno, em seu livro Gestão do Posto de Trabalho explica que custos não existem para serem calculados, mas sim para serem reduzidos, ou seja, todo sistema de custos é o meio para que as empresas consigam reduzir custos e aumentar seus ganhos. Assim, a questão mais importante é tentar vários métodos para entender quais os que realmente reduzem custos na sua organização.

Para se aprofundar sobre o tema gestão de custos, sugerimos a leitura do livro: Sistema de redução de custos: custo alvo (target costing) e custo kaizen, que tem tradução de Junico Antunes.

O desafio fundamental de muitas empresas é de fato conseguir reduzir seus custos para obter lucros. Para isso, as empresas possuem quatro alternativas para aumentar os seus ganhos: i) aumentar preço; ii) reduzir custo variável; iii) aumentar quantidade vendida e iv) reduzir despesas operacionais.

Aumento do preço

As organizações devem buscar aumentar o preço através de inovações de produtos e de mercado. Por exemplo, quando a Toyota desenvolveu o Lexus, não estava pensando em reduzir preços, mas em inovar para aumentar seus preços.

Vale ressaltar que preço não tem relação com custos,  porém é uma relação de mercado, que leva em consideração o valor percebido pelo cliente, a marca da empresa e o design do produto.

Redução dos custos variáveis

Os custos variáveis estão diretamente relacionados aos custos das matérias-primas.

A margem de contribuição da empresa é obtida a partir da subtração do custo variável do preço. Assim, trabalhando na redução de materiais, é possível elevar a margem de contribuição de determinados produtos da empresa.

Aumento da quantidade vendida

Para saber qual é a margem de contribuição total da organização é necessário multiplicar a margem de contribuição unitária pela quantidade vendida de cada produto. Aumentando as vendas, aumenta-se a margem de contribuição global, elevando o lucro da organização.

Redução das despesas operacionais

Para encontrar o lucro da organização é necessário subtrair as despesas operacionais da margem de contribuição. Assim, não sendo possível elevar a quantidade de produtos vendidos, pode-se elevar o lucro da empresa através da redução das despesas operacionais.

 

Aspectos estratégicos relacionados com os materiais

Um ponto importante da Engenharia Lucrativa são os aspectos estratégicos relacionados com os materiais.

Vamos imaginar uma empresa metal-mecânica, na qual os materiais comprados correspondem a 70% do seu custo; salários e benefícios 11%; outras despesas 11% e o lucro após os impostos corresponda a 8%.

Os custos de operação de mercadorias vendidas (CMV) desta empresa são compostos pelos custos de mão-de-obra, materiais e despesas gerais. Para obter o lucro líquido é necessário somar ao CMV outros custos e subtrair esta soma do valor das vendas. Ao dividir o lucro líquido pelas vendas, obtém-se a margem de lucro desta organização.

Por outro lado, deve-se realizar a análise dos ativos da organização. Os ativos correntes formados pelos inventários, contas a receber e o fluxo de caixa, somados aos ativos fixos, correspondem aos ativos totais da empresa. Ao dividir o valor das vendas pelo valor dos ativos totais, obtém-se a taxa de turnover de ativos, ou seja, o giro dos ativos. Ao multiplicar a margem de lucro pela taxa de turnover de ativos da empresa, obtêm-se a taxa de retorno sobre investimentos.

Ao se reduzir 5% dos custos de materiais e 5% dos custos de matéria-prima, ou seja, custos com o estoque/inventário, esta empresa terá um aumento significativo de quase 50% na taxa de retorno sobre investimentos. Essa redução de custos pode ser feita através de melhoria de engenharia; negociação com fornecedores; redução de refugos na fábrica e novos materiais, entre outros.

Porém, se ao invés de reduzir 5% destes custos, elevar-se o lucro e a taxa de retorno sobre investimento através do aumento da venda dos produtos, a empresa terá que vender 43,8% a mais.

A partir desta análise, verifica-se que a redução de custos se torna uma melhor alternativa para elevar o lucro da organização, visto que, o esforço para atingir o mesmo resultado através das vendas, é muito maior e está ligado à demanda do mercado, que muitas vezes não é encontrada.

Portanto, é essencial que as empresas trabalhem no desenvolvimento de seus fornecedores, uma vez que a sua lucratividade depende significativamente da sua cadeia de fornecedores, seja através dos estoques envolvidos, seja em função dos custos produtivos envolvidos.

Ao analisar a relação entre vendas e participação dos materiais nos custos dos produtos, é possível observar que, quanto maior a participação dos materiais, maior deverão ser as vendas para compensar estes custos.

 

Matriz de posicionamento estratégico de materiais (MPEM)

O princípio do não custo e a Engenharia Lucrativa não devem ser trabalhados somente no interior da fábrica, mas também na relação da empresa com o cliente, através do preço e das quantidades, e na relação com os fornecedores, através dos custos de materiais.

A Matriz de Posicionamento Estratégico de Materiais (MPEM) permite posicionar os materiais ou fornecedores da empresa de forma a visualizar aqueles que precisam de uma maior atenção, para que sejam feitas tratativas de acordo com cada posição na matriz.

A MPEM é composta por quatro quadrantes, relacionando a influência do material ou fornecedor nos resultados da empresa e o risco de compra.

  • Componentes alavancadores: são aqueles com alta influência nos resultados da empresa e baixo risco de compra. Sugere-se que seja feito uso da competição e contratos de longo prazo com os melhores;
  • Componentes estratégicos: são aqueles com alta influência nos resultados da empresa e alto risco de compra. Sugere-se ter relacionamentos de longo prazo e contratos de aliança;
  • Componentes não-críticos: são aqueles com baixa influência nos resultados da empresa e baixo risco de compra. Sugere-se melhorar os custos logísticos e os custos administrativos;
  • Componentes de risco: são aqueles com baixa influência nos resultados da empresa e alto risco de compra. Sugere-se redesenhar ou substituir os produtos e minimizar os riscos de suprimentos.
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